segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Pierre Lévy prevê o futuro do mundo virtual

O filósofo da cibercultura Pierre Lévy palestrou na tarde desta segunda-feira no auditório da Pontifícia Universidade Católica (PUCRS), em Porto Alegre. A palestra, de quase uma hora e meia, o homem que previu em 1994 um dos efeitos da internet - "aumentar nossa capacidade de adquirir conhecimento" - apresentou sua nova previsão.

– O cieberespaço funcionando como um espelho, um observatório, uma autorreferência da Inteligência Coletiva – disse.

Como chegar lá? Para Lévy, será preciso um sistema de codificação de conceitos, de ideias e de categorias, que "tornará todas as operações automatizadas".

Na prática, como é? Não sei, nem Lévy sabe:

– Temos o endereçamento de dados, depois temos a internet... A etapa seguinte, talvez em 2015...não sei, poderia acontecer. É algo em que nós não temos nenhuma experiência. Assim como se você tivesse falado de internet no século XIX. Seria impossível entender. Estamos numa etapa, em que isso ainda é inimaginável.

Pela rumo apontado por Lévy, ele parece pensar num meio mais organizado de acessar as informações na internet. Alguns entraves atuais apontados na palestra são as diferenças nas línguas nativas de quem produz conteúdo para a rede, e ainda as dificuldades existentes com relação às tags:

– Eu escolho uma palavra para identificar um assunto, outra pessoa escolhe o mesmo termo, mas no plural. O computador vai entender isso de forma separa.
Daí surge a necessidade de um endereçamento, de se ter acesso num nível anterior ao documento produzido. Meio... louco, né?

– Eu, enquanto filósofo, tento apenas dar uma orientação de pesquisa.
Ou seja. O próximo passo da internet será enorme, pode revolucionar a sociedade, tem a ver com um novo modo de se acessar a inteligência coletiva, mas ainda não se sabe muito o que vai ser.

Outras coisas que Lévy deixou claras:

• Google e Bing provavelmente não se aventurarão nesse caminho tão cedo: “a internet para eles está boa desse jeito”.

• Na atual velocidade das inovações sobre a rede, é impossível dar conta de cada coisa que surge, portanto, “devemos escolher e aprender as que são mais úteis para nós”.

• Por mais que o virtual cresça em dimensão e relevância, e por mais que nosso mundo fique cada vez mais representado no ciberespaço... “ainda será preciso ir ao dentista, ao cabeleireiro e ao banheiro” no futuro. (Que pena!).

Fonte: clicrbs.com.br

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